3/24/2007

DIA 1, 4 DE DEZEMBRO - LIVE!

Após um lanche rápido seguido de irmos buscar uma amiga, dirigimo-nos de bilhetes na mão para o Pavilhão Atlântico. Foi uma viagem animada, algo demorada dada a hora de ponta, mas cheia de expectativas, cenários congeminados para a noite que se avizinhava e conversas animadas acerca dos vários assuntos no ringue e nos bastidores acerca da actualidade da WWE. Durante todo o percurso, nenhum de nós queria acreditar: a WWE tinha mesmo chegado.

Na recta final, perto do Vasco da Gama e dado um pequeno contratempo com o meu carro, que precisava de “arrefecer” os ânimos de tanto fumo que deitava sob o capô, estacionámos logo na bomba de gasolina ali nas imediações, em local que não atrapalhasse. Veio a calhar a “desidratação”, já que arranjámos, por acaso, um local mesmo a jeito para o estacionar e não precisámos nem pagar parque, nem andar de um lado para o outro à procura de lugar. Há mesmo males que vêm por bem!

Em virtude desse pequeno atraso, chegámos perto da hora do início do espectáculo, já com os vários milhares de fãs (e também pais dos mesmos, no caso daqueles que eram mais pequeninos) preparados para esta grande noite.

Parando um pouco no tempo: a imagem de um ringue da WWE, seja no Staples Center, na Allstate Arena ou no Pavilhão Atlântico, é imagem que nunca cansa... Em conjunção com o público que o rodeia, é o derradeiro indício de que nos espera uma noite fantástica cheia de suspense, acção e até humor, na amálgama de emoções sempre cativante que podemos esperar de um espectáculo como só a WWE sabe proporcionar. E seja uma WrestleMania, um Raw, ou um house show do SmackDown!, a magia e o entusiasmo permanecem inalterados...

Pouco a pouco, caras que nos eram conhecidas da televisão começaram a entrar. Não eram as Superstars, mas sim o apresentador Tony Chimel, os árbitros Jimmy Korderas e Charles Robinson (que alternava entre árbitro e fotógrafo) e até o chefe de segurança Jim Noonan (o senhor calvo que vemos sempre perto das barreiras nos episódios do Raw e do SmackDown!), acompanhados de um fotógrafo, que tal como a dupla de seguranças do ringue, chefiada por Noonan, desempenharia o seu papel fora do “círculo quadrado”.

O entusiasmo do público por esta altura, já era significativamente mais audível do que momentos antes destas caras conhecidas se terem aproximado do ringue; desde murmúrios, a comentários, passando por gritos espontâneos de entusiasmo até assobios, a energia sentia-se e era praticamente palpável.

E é neste momento que as luzes se desligam, estando apenas concentradas no ringue e nas suas imediações. O público reage estrondosamente.


“Good evening, Lisbon!”, entoava a já conhecida voz do apresentador do SmackDown!, que foi recebida com uma tremenda ovação da parte do público português. “Are you ready? Here we go, in three, two one...” Explodia a pirotecnia de várias cores e feitios perto do palco, entrada através da qual entrariam as Superstars, seguida da música de apresentação do SmackDown!, que até então dava na SIC Radical. O clima estava instalado: a WWE havia agora marcado presença conclusiva em território português. Era hora do espectáculo.

Para surpresa de muitos (ou mesmo quase todos), o Supervisor Geral Theodore Long foi a primeira estrela a entrar no ringue, anunciando que teria um importante comunicado a fazer e apresentando assim a primeira estrela “oficial” da noite: Batista. A reacção do público foi indescritível, e a experiência de ver uma estrela que conhecemos tão bem da televisão ali tão perto, a meros metros de nós, para nossa admiração, não tem comparação possível.

Ao contrário de uma banda de renome que dê um concerto, mas tenha obrigatoriamente aquele espaço distante entre os fãs (criado pela localização da barreira), colocada ainda por cima em cima de um palco a poucos metros de altura, fazendo estes sentirem-se algo afastados, - ainda que nas primeiras filas - com as estrelas de um espectáculo de wrestling, a história é outra por completo para os fãs que se encontram mais perto do ringue ou do corredor; eles encontram-se ali mesmo, a um palmo de distância, acessíveis, ao mesmo nível que o espectador que paga para os ver... Algo tão simples pode ter realmente um efeito grande e especial na óptica deste. (E, como aconteceu no segundo dia, o facto de uma estrela como o Vito ainda se dar ao trabalho de subir a barreira para que possa abraçar os fãs e estes o possam sentir o mais perto possível, só os ajuda a levar uma boa recordação para casa - mesmo que esta tenha origem num homem com vestido!)

Não me debruçando sobre detalhes técnicos acerca dos combates, com uma apreciação ao pormenor que para este contexto se torna supérflua, direi apenas que, desde a introdução de Batista (e respectivo espectáculo de pirotecnia), à intervenção espontânea de William Regal e Finlay, passando pela mestria técnica de Chris Benoit, pela promo habitual (e sempre espectacular e humorística) de Mister Kennedy e ainda pela aparição surpreendente (mas muito bem recebida) do Boogeyman, foi um espectáculo cinco estrelas, que quase me fez perder a voz ao fim da noite, com tanto entusiasmo.

É através das personagens carismáticas e coloridas, da familiaridade que sentimos com elas, dos cenários elaborados e estudados ao detalhe, das histórias através das quais elas nos transportam, e de um atletismo e habilidades físicas fora de série que a WWE se afirma como a líder por direito do mundo do wrestling. Um total de 22 mil pessoas, que se regozijaram e deliciaram com cada pormenor e cada momento de destaque, reagindo como se não houvesse amanhã, sentido por completo cada segundo passado, é prova disso.

No fim da noite, após uma longa despedida de Batista que, por si, fez valer o dinheiro a todos os presentes, Tony Chimel agradece-nos pela presença, lembrando-nos do espectáculo do dia seguinte, despedindo-se já para aqueles que só estariam presentes neste dia 4 de Dezembro.

Quanto a mim, mesmo esgotado após um dia em cheio, estaria de volta para mais já no dia a seguir, pronto para outro dia de arrasar.

0 comments:


 
© 2007 Template feito por Templates para Você